Mercedes-Benz C 63 AMG Black Series

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O carro branco acima tem sangue azul e coração guerreiro. O Mercedes-Benz C 63AMG Coupé Black Series traz umV8 6.2 de 517 cv, deferência que o coloca no topo da cadeia alimentar de quatro rodas. Ele pertence a um clã de 800 membros ao redor do mundo, só 12 deles destinados a viver no Brasil. Não será fácil vê-los nas ruas - ele é mais raro que um C 63 AMG "comum". A estratégia de exclusividade se opõe à razão da existência da linhagem do Classe C, porta de entrada para o mundo das estrelas de três pontas. Assim como seu desempenho meteórico está em sintonia com o que há de mais elevado na marca. Uma apreciável subversão de valores, em todos os sentidos.


O C 63 é um dos carros de série mais envolventes da marca. Com entre-eixos curto, chassi acertado para performance e muito torque em baixa rotação, tem a receita perfeita para trocar feições marrentas por sorrisos difíceis de desfazer. Ao entregar 517 cv, o motor montado artesanalmente eleva os já furiosos 487 cv do AMG convencional. Só para comparar, o C 180 Turbo sai de fábrica com 156 cv. Para avaliar a novidade, além dos ensaios-padrão que realizamos com os carros testados, rodamos com o Black Series no autódromo de Interlagos. Os números apresentam um resultado digno de superesportivo. Ao volante, as impressões são ainda mais positivas do que faz supor a ficha técnica. A começar da estabilidade nas curvas. Não é difícil mantê-lo na mão, pois os controles de tração e estabilidade, no exercício da função, são incorruptíveis. Para uma pegada mais agressiva, o jeito é dispensar os assistentes eletrônicos, liberalidade que eu não recomendaria ao motorista comum - nem aos pilotos que não estejam no autódromo. A virtude está no geren- ciamento intermediário do ESP. O modo "Sport Handling" mantém o controle de estabilidade em ação, porém ligeiramente afeito a derrapagens. Na prática, significa que é possível ver algumas escapadas de traseira e corrigir a trajetória "no braço".


A transmissão Speedshift MCT, de sete marchas, é o destaque mecânico. Automatizada, troca o conversor de torque pela dupla embreagem. No modo manual, faz mudanças em 100 milissegundos (para piscar os olhos, levamos cerca de 150 milésimos de segundo). Quatro graduações do programa alteram o comportamento do carro. O modo Comfort favorece suavidade e economia de combustível, enquanto o S+ é ideal quando se quer assustar o cunhado ou fazer tomadas de tempo em track days.

O Black Series conta com componentes exclusivos na carroceria, como o para-choque dianteiro e as caixas de roda maiores. Visto de frente, notam-se entradas de ar alargadas para aumentar a refrigeração do motor e dos discos de freio de cerâmica. As bitolas dos eixos cresceram 4 cm na dianteira e 7,9 cm na traseira, o que exigiu o alargamento dos para-lamas para abrigar os pneus maiores. O para- choque traseiro tem uma fenda lateral que denuncia a série especial, bem como um extrator de carbono. Outro detalhe está nas quatro saídas de escape em formato de paralelogramo, com a inscrição AMG em baixo-relevo - os demais usam uma peça redonda.


Outro recurso voltado para pistas é o Race Start, um controle de largada feito para acelerar o máximo que der no menor espaço possível. Os bancos concha são feitos para garantir suporte ao corpo nas pistas, então usam espuma de alta densidade, em detrimento do conforto. Costurados com fio vermelho, utilizam couro napa, mesmo material das laterais do volante. Têm aquecedor e regulagem elétrica de encosto, mas o ajuste longitudinal é manual.

A Black Series estreou em 2006, com o roadster SLK, seguido pelo SL 65 em 2009. Este C 63 custa quase 80 000 dólares a mais que a AMG "normal". O acréscimo justifica mais a exclusividade que a diferença de performance. O AMG "convencional" fez 4,3 segundos no 0 a 100 km/h. De qualquer forma, é metade do valor de um Porsche 911 ou de um Lamborghini Gallardo. A comparação soa esquisita, assim como é incomum ver pedigree de corrida em um Classe C. Mas pode acreditar que este tem.
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